O Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel crucial na assistência à saúde no Brasil, oferecendo serviços gratuitos a toda a população. No entanto, a parceria com entidades privadas, essencial para atender a demanda, enfrenta desafios significativos devido à defasagem na remuneração dos serviços prestados. Este artigo explora a importância do equilíbrio contratual na prestação de serviços ao SUS e apresenta caminhos para assegurar a sustentabilidade financeira dos prestadores privados.
A Realidade da Remuneração pelo SUS Desde sua criação, o SUS utiliza uma tabela de procedimentos para remunerar os prestadores de serviços de saúde. Entretanto, essa tabela está desatualizada desde 1997, não refletindo os aumentos inflacionários e os custos operacionais crescentes. Por exemplo, procedimentos como partos e consultas especializadas são pagos pelo SUS a valores significativamente inferiores aos praticados por planos de saúde privados. Este descompasso afeta diretamente a capacidade dos prestadores de manter a qualidade e a disponibilidade dos serviços.
Impactos da Pandemia de Covid-19 A pandemia de Covid-19 exacerbou os desafios enfrentados pelos prestadores de serviços ao SUS. Aumento da demanda por atendimento emergencial e redução de procedimentos eletivos impactaram a receita das entidades privadas. Além disso, os custos operacionais, como aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e outros insumos médicos, aumentaram consideravelmente, pressionando ainda mais os prestadores.
Intervenções Judiciais: Um Caminho Necessário Diante da defasagem na tabela de remuneração, muitas entidades privadas têm recorrido ao Poder Judiciário para buscar o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Decisões judiciais favoráveis têm sido obtidas, reconhecendo a necessidade de ajustar os valores pagos pelo SUS à realidade econômica atual. Tribunais superiores têm destacado que a manutenção de uma remuneração justa é fundamental para garantir a continuidade dos serviços prestados à população.
Passos para Garantir o Equilíbrio Contratual
- Revisão Contratual: É essencial revisar periodicamente os contratos firmados com o SUS, buscando adequações que reflitam os custos atuais.
- Ações Judiciais: Empresas devem considerar ingressar com ações judiciais para revisar os valores pagos e assegurar a viabilidade financeira dos serviços prestados.
- Negociação com Gestores Públicos: Buscar diálogo com gestores do SUS para discutir a necessidade de atualização da tabela de procedimentos e a implementação de políticas de reajuste periódico.
Conclusão O equilíbrio contratual na prestação de serviços ao SUS é vital para a sustentabilidade financeira dos prestadores privados e para a garantia de uma assistência à saúde de qualidade para a população. Empresas devem estar atentas às possibilidades de revisão judicial dos valores pagos e buscar constantemente o diálogo com gestores públicos para assegurar uma remuneração justa e adequada. Entre em contato com nossos especialistas para avaliar o caso da sua empresa e iniciar o processo de reequilíbrio contratual.